sábado, 13 de agosto de 2011

Crônica: Arruda, o dono do mundo

Gabriel, uma criança de apenas um ano de vida, corria o risco de ficar cego do olho direito.
João Mota, coordenador do Instituto Vida,entrou na Justiça para assegurar o tratamento ao garoto.
O juiz Paulo de Tarso autorizou o pagamento de 10,5 milhões.
Mas o secretário de Saúde, Arruda Bastos, fez de conta que não era com ele:
-Deve ser outro Arruda! A família é grande!
Um assessor:
-Mas secretário, existe outro secretário de Saúde do Estado?
-Só sei de mim! Mas vamos trabalhar! Faça um release dizendo que estava em um velório!
-É pra já!
-E daquele jeito, bem discreto!
-Já está aqui, ouça: visto no velório do Fulano, o alinhado secretário Arruda Bastos!
-Melhor tirar o alinhado e botar dinâmico, ágil, da pasta sem burocracia, veloz!
-Mas vão pensar que o senhor saiu correndo com caixão e tudo com tanta agilidade!
-Então se vira, tá sendo bem pago pra isso!
-Tudo bem, mas quem era  a vítima, digo, o finado?
Nesse instante, foi ameaçado de prisão.
E para não ser preso teve que depositar a grana para Gabriel
viajar para Belo Horizonte e realizar consultas, exames, cirurgias
e outros procedimentos necessários.
Um pau mandado que já tinha caído fora, disparou:
-Até parece que o dinheiro ia sair do bolso dele.


Sales Andrade do Diário do Nordeste

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